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Como estimular um cão que perdeu os movimentos?

Atualizado: 12 de set.

Quando um cão perde os movimentos, seja por uma lesão na medula espinhal, uma doença neuromuscular, ou após uma cirurgia ortopédica ou neurológica, o impacto emocional e físico pode ser significativo, tanto para o animal quanto para os tutores.


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No entanto, com o suporte adequado, é possível promover uma melhora na qualidade de vida e, em alguns casos, até mesmo estimular a recuperação funcional. O estímulo adequado envolve cuidados físicos, emocionais e ambientais, sempre com o acompanhamento de um médico-veterinário especializado.


O primeiro passo para estimular um cão paralisado é manter a esperança realista e o comprometimento com o processo de reabilitação. Muitos cães, mesmo com limitações motoras severas, são capazes de se adaptar e viver com alegria, desde que recebam os estímulos corretos. O ambiente deve ser adaptado para garantir segurança e acessibilidade: superfícies antiderrapantes, camas ortopédicas de fácil acesso e ausência de obstáculos ajudam a prevenir escoriações, quedas e frustrações. A fisioterapia veterinária desempenha papel central nesse contexto. Técnicas como eletroestimulação, exercícios passivos, hidroterapia e mobilização assistida podem prevenir a atrofia muscular, manter a circulação sanguínea ativa e estimular os nervos periféricos e centrais. A hidroterapia, em especial, permite que o cão se movimente com menor impacto articular, sendo extremamente benéfica para animais que ainda mantêm algum controle motor parcial.


Além do aspecto físico, é essencial considerar a saúde emocional do cão. A perda de mobilidade pode gerar frustração, ansiedade ou depressão.


Por isso, o estímulo cognitivo também é importante: brinquedos interativos, comandos adaptados e carinho diário ajudam a manter o animal engajado e a fortalecer o vínculo com os tutores. Recompensar qualquer sinal de movimento voluntário ou interesse pelo ambiente com petiscos, elogios ou afagos pode reforçar positivamente os comportamentos desejados.


Outro ponto relevante é o uso de dispositivos de auxílio, como cadeiras de rodas para cães. Esses equipamentos, quando bem adaptados ao tamanho e à condição clínica do animal, podem devolver parte da independência e estimular a movimentação ativa, evitando o sedentarismo. No entanto, seu uso deve ser sempre orientado por um ortopedista ou neurologista veterinário, respeitando as limitações biomecânicas do paciente.


Em todos os casos, o acompanhamento frequente com a equipe veterinária é fundamental para ajustar o plano terapêutico conforme a resposta do paciente. Com amor, paciência e consistência, é possível transformar a realidade de um cão paralisado, promovendo bem-estar, autonomia e dignidade.

Referências bibliográficas:

Millis, D. L., & Levine, D. (2014). Canine Rehabilitation and Physical Therapy (2nd ed.). Elsevier Health Sciences.

Jeffery, N. D., Barker, A. K., Hu, H. Z., Alcott, C. J., Kraus, K. H., & Scanlin, E. M. (2016). "Physiotherapy and rehabilitation of animals with spinal cord injury." Veterinary Record, 178(16), 400-405.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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