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Foto do escritorFelipe Garofallo

Choque anafilático em cães

Atualizado: 7 de ago.

O choque anafilático em cães é uma emergência médica grave que requer atenção veterinária imediata. Esta condição é uma forma extrema de reação alérgica, resultando em uma resposta imune sistêmica e potencialmente fatal.



O conhecimento sobre os sinais, causas, mecanismos e tratamento do choque anafilático é crucial para os proprietários de cães e profissionais veterinários, a fim de garantir uma intervenção rápida e eficaz.


A anafilaxia ocorre quando o sistema imunológico do cão reage de forma exagerada a uma substância que normalmente seria inofensiva, como um alérgeno. Essa substância pode variar amplamente, incluindo picadas de insetos, certos alimentos, medicamentos ou vacinas. Quando um cão sensível é exposto a um alérgeno, o sistema imunológico libera uma quantidade massiva de mediadores inflamatórios, como histamina, o que desencadeia uma série de reações fisiológicas. A histamina aumenta a permeabilidade dos vasos sanguíneos, permitindo que líquidos vazem para os tecidos, o que pode causar inchaço, vermelhidão e prurido.


Os sinais clínicos de choque anafilático em cães podem surgir de forma abrupta e progredir rapidamente. Inicialmente, os sintomas podem incluir inquietação, salivação excessiva, vômitos, diarreia e prurido. À medida que a condição avança, o cão pode apresentar dificuldades respiratórias, colapso cardiovascular, hipotensão (pressão arterial baixa), taquicardia (batimento cardíaco acelerado) e, eventualmente, choque. A pele do cão pode apresentar urticária (erupções cutâneas) e edema (inchaço), especialmente na face e nas extremidades.


A intervenção imediata é essencial para salvar a vida do animal. O tratamento inicial do choque anafilático em cães envolve a administração de epinefrina (adrenalina), que é o medicamento de escolha para reverter os efeitos da anafilaxia. A epinefrina atua rapidamente para constranger os vasos sanguíneos, aumentar a pressão arterial e relaxar os músculos das vias aéreas, facilitando a respiração. Além da epinefrina, outros medicamentos podem ser administrados, incluindo anti-histamínicos e corticosteroides, para reduzir a inflamação e prevenir a recorrência dos sintomas.


O suporte cardiovascular é igualmente importante e pode incluir a administração de fluidos intravenosos para manter a pressão arterial e a perfusão tecidual. Em casos graves, pode ser necessário o uso de oxigenoterapia para assegurar uma oxigenação adequada. Em alguns casos, um internamento em unidade de cuidados intensivos veterinários pode ser necessário para monitoramento contínuo e suporte avançado.


A prevenção do choque anafilático em cães envolve a identificação e a evitação de alérgenos conhecidos. Proprietários de cães com histórico de reações alérgicas graves devem estar particularmente vigilantes e trabalhar em estreita colaboração com o veterinário para desenvolver um plano de manejo que inclua a identificação de possíveis gatilhos e a preparação para uma resposta de emergência. Em alguns casos, pode ser recomendado o uso de uma seringa auto-injetável de epinefrina, semelhante às usadas por humanos, para uma administração rápida em caso de exposição acidental a um alérgeno.


A compreensão dos mecanismos subjacentes ao choque anafilático também é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento. A investigação contínua na área da imunologia veterinária está proporcionando insights valiosos sobre como o sistema imunológico dos cães reage a diferentes alérgenos e como essas reações podem ser moduladas.


Em conclusão, o choque anafilático em cães é uma condição médica crítica que exige uma resposta rápida e eficaz para evitar consequências fatais. A educação dos proprietários de animais sobre os sinais de anafilaxia, as medidas preventivas e a importância da intervenção imediata pode salvar vidas. Os avanços na medicina veterinária estão continuamente melhorando nossa capacidade de tratar e prevenir essa condição, oferecendo esperança e segurança para os cães e seus proprietários.


Referências bibliográficas

1. Miller, W. H., Griffin, C. E., & Campbell, K. L. (2013). Small Animal Dermatology. 7th ed. Elsevier.

2. Plumb, D. C. (2018). Plumb’s Veterinary Drug Handbook. 9th ed. Wiley-Blackwell.


Sobre o autor


Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.

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