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Cão com dificuldade para correr: O que pode ser?

A dificuldade para correr em cães é um sinal clínico relativamente comum, mas que pode ter diferentes origens.


Quando um tutor percebe que o animal evita atividades físicas que antes realizava com facilidade, como correr, saltar ou brincar, é fundamental considerar que existe um desconforto subjacente.


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A causa pode estar relacionada ao sistema musculoesquelético, neurológico ou até mesmo a condições metabólicas que reduzem a energia e a disposição.


No âmbito ortopédico, doenças como displasia coxofemoral, ruptura parcial ou total do ligamento cruzado cranial, luxação de patela e artrose são causas frequentes. Esses problemas levam à dor, à instabilidade articular e à perda de força, o que torna correr um esforço doloroso ou até impossível.


Em cães mais jovens, fraturas mal consolidadas, crescimento ósseo anômalo e até problemas de conformação racial também podem gerar limitação funcional.


Outro grupo de causas inclui as doenças neurológicas, como hérnia de disco, mielopatia degenerativa ou neuropatias periféricas, que podem provocar fraqueza, falta de coordenação e claudicação. Nesses casos, além da dificuldade em correr, é comum observar tropeços, arrastar das patas ou mudanças no padrão de marcha.


Não se deve descartar ainda causas sistêmicas. Condições como cardiopatias, doenças respiratórias crônicas ou distúrbios endócrinos (como o hipotireoidismo) podem reduzir a resistência física do animal, levando-o a evitar esforços maiores.


A diferença é que, nesses quadros, geralmente há outros sinais associados, como intolerância ao exercício, cansaço rápido, ganho de peso ou tosse.

Diante desse quadro, a avaliação clínica por um médico-veterinário é essencial. O exame físico ortopédico e neurológico, aliado a exames de imagem como radiografias, ultrassonografia musculoesquelética ou até ressonância magnética, permite identificar a causa com precisão.


Em alguns casos, exames laboratoriais complementam a investigação para descartar doenças metabólicas ou sistêmicas.

É importante ressaltar que a dificuldade para correr nunca deve ser ignorada. Muitas doenças ortopédicas e neurológicas evoluem de forma progressiva e, quanto antes forem diagnosticadas, maiores são as chances de tratamento eficaz e de recuperação funcional. Em quadros ortopédicos, o tratamento pode envolver desde o uso de medicações e fisioterapia até a necessidade de cirurgia, dependendo da gravidade e da estrutura comprometida.

Referências bibliográficas Johnston SA, Tobias KM. Veterinary Surgery: Small Animal. 2nd ed. St. Louis: Elsevier; 2018. Brinker WO, Piermattei DL, Flo GL. Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair. 5th ed. St. Louis: Elsevier; 2016.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.



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