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Cachorro está quieto e mancando: o que pode ser?

Atualizado: há 4 dias

Um cachorro que está quieto e mancando pode estar enfrentando uma condição de dor significativa, que merece atenção imediata. A combinação desses dois sinais — apatia e claudicação — costuma indicar que algo não está bem, seja em nível ortopédico, neurológico, ou até mesmo sistêmico.



A claudicação, popularmente conhecida como "mancar", é um sinal clínico de que o animal está evitando apoiar um dos membros por sentir dor, fraqueza, ou instabilidade. Já o fato de o cachorro estar mais quieto do que o habitual pode reforçar a suspeita de dor moderada a intensa, desconforto generalizado ou até mesmo febre. É importante entender que, muitas vezes, os cães não demonstram dor de forma evidente, e o comportamento retraído pode ser o único indício perceptível para o tutor.


Entre as causas ortopédicas mais comuns da claudicação associada à apatia estão as fraturas, luxações, entorses, rupturas ligamentares (como a do ligamento cruzado cranial), e a displasia coxofemoral, especialmente em cães de médio e grande porte. Nessas condições, a dor é mais localizada e o animal tende a evitar a movimentação.


Em alguns casos, o cachorro pode até vocalizar ao tentar andar, subir escadas ou quando o tutor manipula a região afetada. Já nos filhotes ou cães jovens, além dos traumas, deve-se considerar doenças do desenvolvimento ósseo, como a panosteíte ou a doença de Legg-Calvé-Perthes.


Causas neurológicas também não devem ser descartadas, especialmente quando a claudicação é acompanhada de fraqueza, tropeços, ou dificuldade de se levantar.


Doenças como hérnia de disco, mielopatias degenerativas ou inflamatórias, ou até tumores na medula espinhal, podem cursar com dor, lentidão e relutância para se movimentar.

Além disso, infecções articulares (como a artrite séptica), doenças autoimunes (como a poliartrite imunomediada), ou mesmo processos sistêmicos como febre de carrapato, leishmaniose e outras enfermidades infecciosas, podem gerar sintomas inespecíficos como apatia, febre, dor muscular e articular, resultando em claudicação e prostração.


Diante de um cão que apresenta esses sinais, o mais indicado é levá-lo imediatamente ao médico-veterinário para uma avaliação clínica completa. Exames de imagem como radiografia ou ultrassonografia podem ser solicitados, além de exames laboratoriais, dependendo da suspeita clínica. Em casos mais complexos, exames avançados como tomografia computadorizada, ressonância magnética ou punção articular podem ser necessários.


A rapidez no diagnóstico é essencial para evitar a progressão da dor e para permitir um tratamento eficaz, que pode incluir desde o uso de anti-inflamatórios e analgésicos até intervenções cirúrgicas, fisioterapia ou tratamento de doenças infecciosas e imunomediadas.


Referências bibliográficas:

Fossum, T. W. (2020). Small Animal Surgery, 5th Edition. Elsevier.

Cote, E. (2019). Clinical Veterinary Advisor: Dogs and Cats, 4th Edition. Elsevier.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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