Cachorro operado não quer comer: veja o que fazer para estimular
- Felipe Garofallo

- 21 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de out.
A falta de apetite após uma cirurgia é uma queixa bastante comum entre os tutores de cães. Quando o cachorro operado não quer comer, é natural que os responsáveis fiquem preocupados com a recuperação e com o risco de fraqueza, perda de peso e baixa imunidade.

No entanto, esse comportamento pode ter diversas causas e, em muitos casos, faz parte de um processo de adaptação pós-operatória. Ainda assim, é fundamental investigar o motivo da inapetência e adotar estratégias para estimular a alimentação de forma segura.
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Voltando ao nosso tópico, logo após uma cirurgia, o organismo do cão passa por uma série de alterações metabólicas. O uso de anestésicos e analgésicos pode deixar o animal sonolento, nauseado ou com alterações no paladar, o que reduz o interesse pela comida.
Além disso, a dor no local da cirurgia pode fazer com que o cachorro se sinta desconfortável ao se movimentar ou ao se posicionar para comer. Em casos de procedimentos abdominais ou gastrointestinais, é comum que o próprio veterinário recomende uma dieta líquida ou a suspensão da alimentação por algumas horas, o que também interfere na rotina alimentar.
Outro fator importante a ser considerado é o estresse. O ambiente clínico, o uso de colar elizabetano, a separação do tutor e a sensação de dor ou desconforto podem deixar o animal retraído, ansioso e menos propenso a comer.
Em cães mais sensíveis, qualquer mudança na rotina já é suficiente para causar inapetência, mesmo que o procedimento cirúrgico tenha sido simples.
Quando o cachorro operado não quer comer, o primeiro passo é entrar em contato com o veterinário responsável pela cirurgia para garantir que não há nenhum sinal de complicação. Febre, dor intensa, vômitos, diarreia ou secreção no local operado são sinais de alerta e podem indicar infecção ou reação adversa aos medicamentos.
Caso esteja tudo dentro da normalidade, o tutor pode, com orientação do profissional, oferecer alimentos mais palatáveis ou aquecidos, respeitando as restrições nutricionais indicadas no pós-operatório.
Muitas vezes, uma dieta pastosa ou úmida, como patês veterinários específicos para recuperação, pode ajudar a estimular o apetite. O uso de estimulantes de apetite também pode ser considerado em casos específicos, mas sempre com prescrição.
Evite forçar a alimentação ou oferecer petiscos inadequados que possam prejudicar a cicatrização ou provocar diarreias. A paciência e o carinho do tutor são essenciais nesse processo, pois o animal sente-se mais seguro e acolhido quando há presença e tranquilidade ao redor.
Em resumo, a falta de apetite após uma cirurgia é uma ocorrência relativamente comum, mas que merece atenção e cuidado. Com a avaliação do veterinário e algumas adaptações na rotina, é possível ajudar o cão a recuperar o apetite e a saúde de forma gradual e segura.
Referências bibliográficas:
Fossum, T. W. Cirurgia de Pequenos Animais. Elsevier, 5ª edição.
Ettinger, S. J., & Feldman, E. C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. Elsevier, 8ª edição.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.
