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Meu cachorro está com a cabeça baixa: é dor ou medo?

Atualizado: 12 de set.

Quando um cachorro começa a andar ou ficar parado com a cabeça abaixada, muitos tutores logo pensam que ele está triste, com medo ou até se sentindo culpado por algo. Mas, na verdade, esse comportamento pode indicar diversas condições — desde questões emocionais até problemas físicos sérios, especialmente dor.

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Por isso, é essencial observar o contexto e procurar orientação veterinária sempre que essa postura for persistente ou surgir de forma repentina.


A dor é uma das causas mais comuns desse comportamento. Quando a dor está localizada na coluna cervical (pescoço) ou nos membros anteriores, o animal tende a abaixar a cabeça para aliviar a pressão na musculatura, nas vértebras ou nos nervos.


Nesses casos, o cão também pode apresentar rigidez, relutar em levantar a cabeça, resistir a ser tocado, ou até vocalizar ao ser manipulado. Doenças como hérnia de disco cervical, traumas, contraturas musculares ou inflamações nas articulações do pescoço devem ser consideradas.


Por outro lado, o medo ou ansiedade também podem levar o cachorro a abaixar a cabeça, especialmente se vierem acompanhados de orelhas para trás, rabo entre as pernas, tremores e tentativa de se esconder.


É um comportamento mais frequente em animais que passaram por situações traumáticas, punições frequentes ou que vivem em ambientes com muito estresse. Nesses casos, o cão adota essa postura como forma de se proteger ou demonstrar submissão.


É importante não julgar a causa apenas pela aparência. Um cão com dor pode parecer apenas "tímido", enquanto um cão assustado pode se comportar como se estivesse doente. Por isso, a observação cuidadosa de outros sinais — como apetite, disposição, padrão de sono e movimentação — é essencial para compreender o que está acontecendo.


Se o seu cachorro está com a cabeça baixa há mais de algumas horas, se isso veio acompanhado de apatia, tremores, relutância em subir escadas ou saltar, ou se ele apresenta sinais de dor ao ser tocado, é fundamental procurar um médico-veterinário. Muitas causas físicas têm tratamento e quanto antes forem identificadas, melhor a recuperação.


No caso de causas emocionais, o veterinário poderá orientar estratégias de manejo comportamental, enriquecimento ambiental ou até encaminhar para um especialista em comportamento animal, quando necessário.


Abaixa a cabeça quem sente dor — ou quem tem medo. E em ambos os casos, o seu cão está pedindo ajuda. Estar atento a esses sinais sutis é uma forma poderosa de cuidado e carinho.

Referências bibliográficas:

  1. Mathews, K. A. (2008). Pain assessment and general approach to management. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 38(6), 1231–1246.

  2. Landsberg, G. M., Hunthausen, W., & Ackerman, L. (2012). Behavior Problems of the Dog and Cat. Saunders.


Sobre o autor


Dr. Felipe Garofallo, veterinário ortopedista, especializado no diagnóstico e tratamento de problemas articulares e musculoesqueléticos em cães

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.


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