Artéria e veia poplítea em cães
- Felipe Garofallo

- 30 de jul.
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Atualizado: 12 de set.
A artéria e a veia poplítea em cães são estruturas vasculares de grande importância localizadas na região posterior do joelho, desempenhando papel essencial na vascularização e drenagem sanguínea do membro pélvico distal.

Essas estruturas estão intimamente associadas à fossa poplítea, um espaço anatomicamente delimitado entre os músculos gastrocnêmio, semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral.
A artéria poplítea é a continuação direta da artéria femoral, iniciando-se após o vaso atravessar o hiato do músculo adutor, logo acima da articulação do joelho. Ao longo de seu trajeto na fossa poplítea, a artéria poplítea emite diversos ramos colaterais que irrigam os músculos adjacentes e as estruturas articulares do joelho.
Mais distalmente, ela se bifurca em dois importantes ramos terminais: a artéria tibial cranial (principal vaso responsável pela irrigação da porção cranial da perna e do pé) e a artéria tibial caudal, que supre tecidos profundos da panturrilha e regiões plantares.
A veia poplítea, por sua vez, acompanha a artéria em direção oposta, ascendendo da região caudal da perna até a coxa. Ela é formada pela confluência das veias tibiais e drena para a veia femoral.
Em termos clínicos, sua localização relativamente superficial na fossa poplítea torna-a acessível para procedimentos como punções venosas ou anestesias regionais, embora seja mais comum utilizar outras veias (como a cefálica ou safena lateral) na prática veterinária diária.
Do ponto de vista cirúrgico e ortopédico, conhecer a localização precisa da artéria e da veia poplítea é crucial, sobretudo em procedimentos como:
Cirurgias corretivas de luxação de patela;
TPLO (Osteotomia de Nivelamento do Platô Tibial);
Cirurgias de fratura do fêmur distal ou tíbia proximal;
Explorações articulares do joelho;
Descompressões ou neurectomias na região isquiática.
A proximidade dessas estruturas com o nervo isquiático também é relevante. Lesões iatrogênicas da artéria poplítea durante cirurgias ortopédicas podem levar a isquemia do membro ou a formação de hematomas significativos, exigindo conhecimento anatômico detalhado do cirurgião.
Adicionalmente, em casos de trauma, como fraturas distais de fêmur ou deslocamentos graves de tíbia, a artéria poplítea pode ser comprometida, resultando em comprometimento vascular grave do membro, o que exige avaliação imediata da perfusão distal, seja por capilaridade, temperatura ou técnicas de imagem como o Doppler.
Referências bibliográficas:
Evans, H. E., & de Lahunta, A. (2013). Miller’s Anatomy of the Dog (4th ed.). Saunders Elsevier.
Done, S. H., Goody, P. C., Evans, S. A., & Stickland, N. C. (2009). Color Atlas of Veterinary Anatomy: The Dog and Cat (Vol. 3). Elsevier.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.