Articulação fêmoro-tíbio-patelar em cães: conheça o joelho canino
- Felipe Garofallo

- 18 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
Se você leu em um laudo veterinário ou exame de imagem que seu cão apresenta alterações na articulação fêmoro-tíbio-patelar, é normal ficar com dúvidas. O nome pode parecer técnico demais, mas ele se refere a algo bastante conhecido: a articulação do joelho.

Neste texto, vamos explicar de forma simples como essa articulação funciona, qual sua importância para o corpo do cão, quais são os problemas mais comuns que podem afetá-la e quando vale a pena procurar um ortopedista veterinário.
O joelho do cão é formado pela conexão entre três estruturas principais: o fêmur, que é o osso da coxa; a tíbia, que fica na parte inferior da perna traseira; e a patela, um pequeno osso móvel conhecido popularmente como rótula. A patela desliza suavemente sobre uma canaleta no fêmur chamada tróclea femoral, toda vez que o cão dobra ou estica a perna.
Essa articulação é essencial para que o cão consiga andar, correr, saltar, subir escadas e apoiar o peso de forma estável. Além disso, o joelho ajuda a amortecer os impactos e distribuir as forças do movimento durante a marcha, funcionando como um ponto-chave para o equilíbrio e a mobilidade.
Assim como acontece em humanos, alguns problemas podem afetar essa articulação ao longo da vida do cão. Um dos mais comuns é a ruptura do ligamento cruzado cranial, responsável por manter a tíbia no lugar. Quando esse ligamento se rompe, a tíbia se move de forma anormal, causando instabilidade, dor intensa e dificuldade para apoiar a pata.
Outro problema frequente é a luxação de patela, que ocorre quando a rótula sai do trilho por onde deveria deslizar. Isso pode causar dor, claudicação intermitente e desgaste progressivo da cartilagem, sendo mais comum em cães de pequeno porte.
A artrose também pode comprometer a articulação do joelho, especialmente em animais mais velhos ou com sobrepeso. Nesse caso, há um desgaste progressivo da cartilagem, levando a dor crônica e perda de mobilidade.
Além desses, traumas, fraturas e deformidades ósseas podem interferir na integridade e no funcionamento da articulação fêmoro-tíbio-patelar.
Os sinais de que algo está errado costumam ser claros. Se o seu cão está mancando, evita subir escadas, não apoia uma das patas, apresenta estalos ao se movimentar ou demonstra dor quando você toca o joelho, é hora de investigar. A atrofia muscular na coxa também pode indicar que ele está evitando usar aquela perna há algum tempo.
A boa notícia é que, na maioria dos casos, existe tratamento. Dependendo do diagnóstico, o veterinário pode indicar desde fisioterapia e medicamentos até cirurgias para reconstrução ligamentar ou correção de luxação. Controlar o peso do cão e investir em suplementação articular também pode fazer parte da rotina de cuidados, principalmente nos quadros mais leves ou nos estágios iniciais de artrose.
Quanto mais cedo o problema é identificado, maiores são as chances de recuperação e menor o impacto na qualidade de vida do pet.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.