Síndrome da disfunção cognitiva canina.
Definição
A síndrome da disfunção cognitiva canina é o equivalente canino da doença de Alzheimer em humanos.
Nessa doença, o cérebro do cão degenera gradualmente, levando a comportamentos anormais e senis que refletem o declínio da função cognitiva (percepção, atenção, compreensão e aprendizado).
Predisposição
O Alzheimer canino ocorre em cães mais velhos, geralmente após os 8 ou 9 anos de idade, e pode acometer cães de qualquer raça e sexo.
Etiologia (causa)
Nesses animais há o acúmulo de uma substância tóxica para o cérebro chamada proteína beta-amilóide.
Essa substância vem de uma proteína maior encontrada na membrana gordurosa que envolve as células nervosas.
A beta-amilóide é quimicamente "pegajosa" e se junta aos poucos formando placas.
Nessa doença, ocorrem também outras mudanças no cérebro, tais como redução do fluxo sanguíneo e disfunção dos neurônios.
Sinais clínicos (sintomas)
Os sinais clínicos mais comuns em cães com essa doença são: desorientação, interações anormais, perturbações do ciclo vigília (sono), urinar e defecar em locais anormais, menos interação com os tutores, e diminuição do interesse em comer.
Diagnóstico
Para diagnosticar o Alzheimer canino, além dos sinais clínicos, histórico e avaliação física, a ressonância magnética permite avaliar anormalidades no cérebro do cão, tais como a atrofia de hipocampo (região importante para aprendizagem, memória, etc).
Tratamento
Existem vários tratamentos que podem retardar a progressão da doença e aliviar alguns dos sintomas do cão.
A mudança na dieta pode auxiliar com antioxidantes, gorduras e ácidos graxos que podem proteger e promover células saudáveis.
Os triglicerídeos de cadeia média fornecem energia para o cérebro do cão, uma vez que o cérebro é menos capaz de usar a glicose nessa doença.
Alguns medicamentos que aumentam o fluxo sanguíneo para o cérebro também podem ajudar cães com Alzheimer.
O enriquecimento cognitivo também pode ser utilizado para o tratamento e consiste em exercícios, interações sociais, fornecer novos brinquedos e ensinar novos comandos ao seu cão.
Prognóstico
Infelizmente cães com Alzheimer tem a progressão da doença, no entanto, caso ela seja detectada precocemente e tratada de forma eficaz, o cão poderá viver uma vida com qualidade. Alguns casos graves de Alzheimer podem ter um prognóstico pior e um avanço mais rápido.
Referências bibliográficas
1. Posadas, Laura & Hançerlioğlu, Sadık & Fountouki, Antigoni & Theofanidis, Dimitrios. (2019). Dog therapy for people with dementia: a systematic review. Health & Research Journal. 5. 99. 10.12681/healthresj.21000.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91258-5102.
A referência bibliográfica é sobre utilização de terapia canina no tratamento de Alzheimer humana, nada a ver com Alzheimer em cães, teria um link de um artigo que realmente fale a respeito do assunto? Obrigado.