Alimentação rica em ômega-3 para cães
- Felipe Garofallo

- 23 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
A alimentação rica em ômega-3 para cães é uma poderosa aliada na saúde geral e especialmente importante em casos de doenças inflamatórias, ortopédicas, dermatológicas, cardíacas e renais.

Os ácidos graxos ômega-3, como o EPA (ácido eicosapentaenoico) e o DHA (ácido docosahexaenoico), têm ação anti-inflamatória, imunomoduladora, antioxidante e são fundamentais para o bom funcionamento do sistema nervoso, articulações, pele e até humor dos cães.
Ao contrário dos humanos, os cães não produzem ômega-3 em quantidades suficientes, por isso dependem da alimentação para obter esses nutrientes. A forma mais biodisponível de ômega-3 para cães é proveniente de fontes marinhas, especialmente óleos de peixe de água fria como o salmão, sardinha, arenque e cavala. O óleo de krill e o óleo de algas também são fontes eficazes de DHA e EPA.
A suplementação pode ser feita por meio de cápsulas de óleo de peixe purificado ou por rações e alimentos balanceados que já contenham níveis adequados de ômega-3.
Alguns alimentos naturais também podem ser incorporados com moderação à dieta, como pedaços cozidos de peixe (sem espinhas, sal ou temperos) e óleo de linhaça, embora este último forneça ALA (ácido alfa-linolênico), uma forma vegetal de ômega-3 que precisa ser convertida — com baixa eficiência, em EPA e DHA pelo organismo do cão.
A inclusão de ômega-3 na dieta é especialmente benéfica para cães com artrose, displasia coxofemoral, doenças cardíacas, doença renal crônica, colite, alergias de pele, prurido, otites recorrentes e até condições neurológicas degenerativas. O EPA ajuda a bloquear vias inflamatórias, enquanto o DHA tem papel importante na estrutura e função cerebral e ocular.
É importante, no entanto, respeitar as doses recomendadas. O excesso de ômega-3 pode causar diarreia, aumento da tendência a sangramentos, ganho de peso e desequilíbrios nutricionais se a dieta não for bem ajustada.
O uso de suplementos deve sempre ser prescrito por um médico-veterinário, que avaliará o peso, condição clínica e objetivos terapêuticos antes de recomendar a dose ideal — que costuma variar entre 50 a 220 mg de EPA+DHA por quilo de peso corporal, dependendo do caso.
O armazenamento também exige cuidado: o ômega-3 oxida facilmente em contato com calor, luz ou ar. Por isso, suplementos e óleos devem ser mantidos em frascos escuros, bem fechados, e armazenados em local fresco, preferencialmente na geladeira após abertos.
Incluir ômega-3 na alimentação do seu cão, de forma segura e equilibrada, pode trazer benefícios significativos para a saúde e bem-estar ao longo de toda a vida.
Quando bem orientada, essa estratégia nutricional tem potencial de reduzir inflamações silenciosas, melhorar a mobilidade em cães idosos ou operados e dar suporte a uma recuperação mais eficiente em diversas doenças.
Referências bibliográficas:
Freeman, L. M., & Michel, K. E. (2001). Evaluation of diets for growing dogs and puppies. Journal of the American Veterinary Medical Association, 219(5), 633–638.Bauer, J. E. (2006). Therapeutic use of fish oils in companion animals. Journal of the American Veterinary Medical Association, 229(11), 1761–1764.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades.