Conheça as raças de cachorros mais atendidas na ortopedia veterinária
- Felipe Garofallo
- há 3 dias
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Atualizado: há 2 dias
A ortopedia veterinária é uma das especialidades mais procuradas nos centros de referência em medicina veterinária, especialmente em grandes centros urbanos.
Certas raças, por predisposição genética, conformação corporal ou estilo de vida, aparecem com frequência significativamente maior nos atendimentos ortopédicos. Conhecer essas raças e suas principais afecções ortopédicas é fundamental tanto para o clínico geral quanto para o ortopedista, pois permite antecipar diagnósticos, orientar tutores e até mesmo prevenir lesões em alguns casos.
Neste artigo, compartilhamos um panorama clínico baseado na casuística observada em nossa prática diária na ortopedia de pequenos animais e falaremos sobre as raças mais atendidas na ortopedia veterinária.
Raças de cachorros mais atendidas na ortopedia veterinária:
1. Bulldogue Francês e Inglês: os campeões de atendimentos neurológicos e ortopédicos
Tanto o Bulldogue Francês quanto o Bulldogue Inglês são presença constante nas clínicas ortopédicas. Essas raças braquicefálicas têm grande predisposição a doenças da coluna vertebral, como as hérnias de disco toracolombares e cervicais, em especial as do tipo Hansen tipo I.
A estrutura compacta e musculosa, associada a uma coluna mais encurtada, aumenta o risco de extrusões discais agudas, que frequentemente exigem intervenção cirúrgica urgente.
Além das doenças neurológicas, os bulldogues também podem apresentar luxação de patela e rupturas de ligamento cruzado cranial, embora em menor proporção que outras raças.
2. Labrador Retriever e Golden Retriever: porte grande e predisposição articular
Raças grandes e populares como o Labrador Retriever e o Golden Retriever são frequentemente diagnosticadas com displasia coxofemoral e displasia de cotovelo, doenças de desenvolvimento que causam dor crônica, claudicação e, eventualmente, artrose. Esses cães também são propensos à ruptura do ligamento cruzado cranial, principalmente quando há sobrepeso associado à idade adulta.
Essas raças costumam responder bem à cirurgia e fisioterapia quando o diagnóstico é precoce e o manejo pós-operatório é feito com rigor.
3. Poodle e Shih Tzu: pequenos, mas com grandes desafios patelares
Entre as raças de pequeno porte, o Poodle (principalmente o Toy e o Miniatura) e o Shih Tzu aparecem com alta frequência devido à luxação medial de patela, uma afecção ortopédica hereditária que afeta a estabilidade do joelho.
Em muitos casos, o animal já apresenta claudicação desde os primeiros meses de vida, e a cirurgia corretiva é indicada precocemente. Também podem apresentar, com menor frequência, doenças de disco intervertebral e doenças degenerativas articulares.
4. Pastor Alemão: predisposição neurológica e ortopédica
O Pastor Alemão é outro paciente comum nos centros ortopédicos, principalmente por duas razões: a displasia coxofemoral e a mielopatia degenerativa. A displasia causa dor e limitação de movimento desde a juventude, enquanto a mielopatia é uma doença progressiva, de difícil manejo, que compromete os membros posteriores.
Além disso, essa raça também pode sofrer rupturas ligamentares, exigindo cirurgias como a TPLO (Osteotomia de Nivelamento do Platô Tibial).
5. Pinscher, Yorkshire e Spitz Alemão: raças pequenas com propensão a luxações
Estas raças, muito populares em centros urbanos, frequentemente apresentam luxação de patela e fraturas por trauma, especialmente em quedas. Seus ossos longilíneos e a fragilidade articular típica de cães de pequeno porte exigem atenção redobrada, principalmente em ambientes com escadas, pisos escorregadios e móveis altos.
6. Outras raças frequentemente atendidas
Além das raças já mencionadas, também observamos alta demanda ortopédica em:
Rottweilers: displasia e ruptura de ligamento cruzado;
Dachshunds: hérnia de disco Hansen tipo I (pela conformação condrodistrófica);
Border Collies e Australian Shepherds: lesões traumáticas e ortopedia esportiva;
Cães sem raça definida (SRD): principalmente com rupturas de ligamento cruzado e fraturas.
A ortopedia veterinária requer não apenas conhecimento técnico sobre cirurgias e terapias, mas também uma compreensão profunda dos padrões raciais e das tendências observadas na prática clínica. Antecipar os problemas mais comuns de cada raça permite orientar os tutores com mais precisão e, em alguns casos, prevenir agravamentos.
A experiência com centenas de casos ao longo dos anos mostra que, embora todas as raças possam desenvolver problemas ortopédicos, algumas estão significativamente mais representadas na casuística ortopédica — seja por fatores genéticos, estruturais ou ambientais.
Referências bibliográficas
Olmstead, M. L. (2012). Small Animal Orthopedics. Saunders Elsevier.
Brinker, W. O., Piermattei, D. L., & Flo, G. L. (1997). Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Treatment. Saunders.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91258-5102.
Olá! Sou o Dr. Felipe Garofallo, ortopedista veterinário aqui da Ortho for Pets. Esse conteúdo foi elaborado com base na nossa experiência prática, atendendo diariamente diversas raças com predisposição a problemas ortopédicos. Se você identificou alguma dessas condições no seu pet ou tem dúvidas sobre sinais de dor, claudicação ou alterações articulares, agende uma avaliação conosco. Um diagnóstico precoce faz toda a diferença na recuperação e qualidade de vida dos cães com doenças ortopédicas. Estou à disposição para ajudar!