Artrite por leishmaniose visceral canina
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Artrite por leishmaniose visceral canina

A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença parasitária crônica causada pelo protozoário do gênero Leishmania, transmitido principalmente pela picada de flebotomíneos infectados, conhecidos como Lutzomyia ou mosquitos-palha.


Esta doença é endêmica em várias regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo, incluindo o sul da Europa, Ásia, África, e América Latina, onde apresenta uma significativa prevalência em países como Brasil.

A infecção por Leishmania em cães pode levar a uma variedade de sintomas que incluem perda de peso, fraqueza, anorexia, lesões cutâneas, onicogrifose, insuficiência renal, hepatoesplenomegalia e, em casos mais graves, pode progredir para a forma visceral, afetando órgãos internos como fígado, baço e medula óssea.

Além dos sintomas clínicos observados na leishmaniose visceral, a doença também pode ter um impacto significativo no sistema musculoesquelético dos cães. A presença do parasita no organismo desencadeia uma resposta imunológica desregulada, levando à produção de imunocomplexos e citocinas pró-inflamatórias, que podem resultar em diversas manifestações ortopédicas, incluindo artrite por deposição de imunocomplexos.

A artrite por deposição de imunocomplexos é uma complicação comum da leishmaniose visceral canina, onde os imunocomplexos formados como resultado da resposta imune contra o parasita podem se depositar nas articulações, desencadeando uma resposta inflamatória crônica. Essa inflamação persistente pode levar à degeneração progressiva da cartilagem articular, erosão óssea, e deformidades articulares.

Além disso, a presença de Leishmania no tecido articular pode levar a uma resposta inflamatória local, contribuindo para a destruição articular e agravando os sintomas da artrite. Os cães com leishmaniose visceral também podem apresentar claudicação, dor articular, inchaço e limitação dos movimentos articulares devido à inflamação e degeneração articular.

O diagnóstico da artrite por deposição de imunocomplexos em cães com leishmaniose visceral geralmente envolve exames clínicos, análise do histórico médico do animal, exames laboratoriais como hemograma, bioquímica sérica, sorologia para Leishmania, PCR, e exames de imagem como radiografias e ultrassonografia para avaliação das articulações afetadas.

O tratamento da artrite por deposição de imunocomplexos em cães com leishmaniose visceral visa controlar a inflamação articular, aliviar a dor, e minimizar os danos articulares.

Além do tratamento medicamentoso, a fisioterapia e o manejo nutricional adequado também desempenham um papel importante no manejo da artrite por deposição de imunocomplexos em cães com leishmaniose visceral, ajudando a manter a mobilidade articular, fortalecer a musculatura periarticular, e melhorar a qualidade de vida do animal.

Em resumo, a leishmaniose visceral canina pode ter uma influência significativa nas doenças ortopédicas, como a artrite por deposição de imunocomplexos, devido à resposta imunológica desregulada desencadeada pela infecção pelo parasita. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para minimizar os danos articulares e melhorar o prognóstico desses pacientes.


Referências bibliográficas


Borggraefe, A. & Schaarschmidt, D. & Mueller, W. & Walla, L.. (2008). Reactive arthritis in a dog caused by Leishmania infection? Detection of Leishmania infantum-DNA in an arthritic joint by PCR. Tierärztliche Praxis. Ausgabe K, Kleintiere/Heimtiere. 36. 35-+.


Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91258-5102.

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