A fratura de metatarsos em cães é uma condição ortopédica relativamente comum, especialmente em animais ativos que participam de atividades físicas intensas ou sofrem traumas. Os metatarsos são ossos longos localizados na pata traseira dos cães, e sua fratura pode resultar em dor significativa, claudicação e comprometimento da mobilidade.
As fraturas dos metatarsos podem ocorrer de várias formas, incluindo traumas diretos, como atropelamentos, quedas de grandes alturas, ou mesmo durante atividades recreativas vigorosas. As fraturas podem ser classificadas de acordo com a localização, tipo (transversa, oblíqua, espiral ou cominutiva) e se são abertas ou fechadas. As fraturas abertas, onde o osso perfura a pele, apresentam um risco maior de infecção e complicações.
O diagnóstico é feito por meio de um exame físico detalhado e confirmação radiográfica. O exame físico inclui palpação cuidadosa da área afetada para identificar deformidades, inchaço ou dor localizada. Radiografias em diferentes vistas são essenciais para determinar o tipo e a extensão da fratura, além de ajudar na elaboração do plano de tratamento.
O tratamento das fraturas de metatarsos pode variar dependendo da gravidade e do tipo de fratura. Em fraturas simples e não deslocadas, o manejo conservador pode ser suficiente. Isso inclui imobilização da pata com uma tala ou gesso, repouso absoluto e administração de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios. O tempo de cicatrização varia, mas geralmente dura de seis a oito semanas, durante as quais é crucial limitar a atividade do cão para garantir a recuperação adequada.
Para fraturas deslocadas ou complexas, pode ser necessária intervenção cirúrgica. A cirurgia pode envolver a fixação interna com placas e parafusos ou pinos intramedulares, dependendo do caso específico. A escolha do método de fixação depende de vários fatores, incluindo a localização da fratura, e o tamanho do cão. A cirurgia visa alinhar corretamente os fragmentos ósseos e estabilizar a fratura para promover a cura eficiente e restaurar a função normal da pata.
O pós-operatório requer cuidados rigorosos. O cão deve ser mantido em um ambiente calmo e controlado para evitar movimentos excessivos que possam comprometer a estabilidade da fratura. O uso de colares elisabetanos pode ser necessário para impedir que o cão lamba ou mastigue a área afetada. O monitoramento regular por meio de radiografias de acompanhamento é crucial para avaliar a progressão da cicatrização óssea e ajustar o plano de tratamento conforme necessário.
Complicações podem ocorrer, incluindo infecção, não união ou má união dos ossos, e perda de função. A reabilitação pode envolver fisioterapia para restaurar a força muscular e a amplitude de movimento após a cicatrização da fratura.
A prevenção de fraturas de metatarsos envolve medidas para minimizar o risco de traumas, como manter o cão em uma coleira e guia durante caminhadas, evitar brincadeiras excessivamente vigorosas e fornecer um ambiente seguro e controlado.
Em resumo, a fratura de metatarsos em cães é uma condição que requer um diagnóstico preciso e um plano de tratamento bem elaborado. Com o manejo adequado, incluindo imobilização ou intervenção cirúrgica quando necessário, e cuidados pós-operatórios diligentes, a maioria dos cães pode recuperar completamente a função da pata afetada.
Referências bibliográficas
1. Fossum, T. W. (2013). **Small Animal Surgery**. Elsevier Health Sciences.
2. Piermattei, D. L., Flo, G. L., & DeCamp, C. E. (2006). **Brinker, Piermattei and Flo's Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair**. Elsevier Health Sciences.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)97522-5102.
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