Fisioterapia veterinária: uma aliada no tratamento ortopédico
- Felipe Garofallo
- 5 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de fev.
A fisioterapia veterinária tem se consolidado como um recurso essencial no tratamento ortopédico de cães e gatos, proporcionando benefícios significativos na recuperação de diversas condições. Esse campo, que alia ciência e prática clínica, oferece uma abordagem multidisciplinar voltada para a promoção do bem-estar animal e a otimização do retorno à funcionalidade após traumas ou cirurgias ortopédicas.

Quando um animal é submetido a uma cirurgia ortopédica, como correção de luxação patelar, reparação de ruptura de ligamento cruzado cranial ou procedimentos em casos de displasia coxofemoral, o processo de recuperação pode ser longo e desafiador. A imobilidade prolongada, a dor pós-operatória e a perda de massa muscular são fatores que podem comprometer o sucesso do tratamento. É nesse contexto que a fisioterapia entra como um aliado fundamental, reduzindo o tempo de recuperação e prevenindo complicações secundárias.
Os protocolos de fisioterapia veterinária são personalizados para atender às necessidades específicas de cada paciente. Técnicas como exercícios terapêuticos, hidroterapia, eletroterapia, laserterapia e terapia manual são amplamente utilizadas. Por exemplo, a hidroterapia, com o uso de esteiras aquáticas ou piscinas, é extremamente eficaz na reabilitação de cães com dificuldades de locomoção, pois reduz o impacto sobre as articulações enquanto fortalece a musculatura. Já o laser terapêutico promove analgesia e acelera o processo de cicatrização, sendo uma ferramenta indispensável em casos de inflamações crônicas ou recuperação pós-cirúrgica.
Além disso, a fisioterapia atua não apenas no tratamento, mas também na prevenção de problemas ortopédicos. Animais obesos ou com predisposição genética a certas condições, como displasia coxofemoral em raças grandes, podem se beneficiar de um programa preventivo de fortalecimento muscular e controle de peso. Essa abordagem preventiva contribui para minimizar a carga nas articulações, aumentando a qualidade de vida do animal.
Outro ponto de destaque é a capacidade da fisioterapia de melhorar o bem-estar geral do paciente. Muitas vezes, os animais em recuperação enfrentam níveis significativos de estresse e dor, que podem ser aliviados com técnicas como massoterapia e manipulação articular. Além do alívio físico, o vínculo estabelecido entre o terapeuta, o animal e o tutor durante as sessões reforça a confiança e a tranquilidade, aspectos fundamentais para uma recuperação mais rápida e eficaz.
A adesão dos tutores ao tratamento fisioterápico também é um fator crucial. É essencial que o veterinário responsável explique detalhadamente os objetivos e os benefícios das intervenções, além de fornecer orientações claras sobre os cuidados em casa. Exercícios domiciliares simples, como alongamentos e mobilizações articulares, podem complementar o trabalho realizado em clínica e acelerar o progresso do paciente.
Dessa forma, a fisioterapia veterinária não deve ser vista como um recurso secundário, mas como parte integrante do plano de tratamento ortopédico. Investir nesse tipo de intervenção é garantir um cuidado completo e humanizado para os animais, atendendo não apenas às suas necessidades físicas, mas também emocionais.
Referências bibliográficas
1) Millis, D. L., & Levine, D. (2014). Canine Rehabilitation and Physical Therapy. Elsevier Health
2) Sciences.Davidson, J. R., & Goff, L. (2020). Veterinary Physical Therapy and Rehabilitation. CRC Press.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)97522-5102.
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