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Ruptura de ligamento cruzado cranial em cães: E se não tratar?

Atualizado: 17 de fev.

Se a ruptura do ligamento cruzado cranial (LCC) em um cão não for tratada cirurgicamente, várias consequências adversas podem ocorrer, afetando significativamente a qualidade de vida do animal. O LCC é um dos principais estabilizadores do joelho e sua ruptura resulta em instabilidade articular, que pode levar a uma série de problemas progressivos.


Inicialmente, o cão pode apresentar claudicação (mancar) intermitente ou contínuo, especialmente após atividade física. A instabilidade do joelho provoca dor e desconforto, o que limita a capacidade do animal de se mover livremente e de realizar atividades normais como caminhar, correr e brincar. O esforço constante para compensar a perna afetada pode levar ao desenvolvimento de problemas musculares e de postura em outras partes do corpo, como a coluna e as articulações dos membros anteriores e posteriores.


A instabilidade crônica da articulação do joelho causa desgaste excessivo das cartilagens articulares, levando ao desenvolvimento de artrite degenerativa. A artrite é uma condição dolorosa e progressiva, caracterizada por inflamação, rigidez e perda de função na articulação afetada. Com o tempo, a artrite pode se tornar debilitante, resultando em uma claudicação severa e dor constante, mesmo em repouso. O aumento da dor pode fazer com que o cão evite usar a perna afetada, o que pode levar à atrofia muscular devido à falta de uso.


Além da dor e da claudicação, a não realização da cirurgia pode resultar em outros problemas de saúde. A instabilidade contínua do joelho pode causar a ruptura do menisco, um amortecedor de cartilagem dentro da articulação, o que pode agravar ainda mais a dor e a inflamação. Rupturas meniscais são comuns em casos de LCC não tratado e contribuem para a degeneração articular.


Outro aspecto a considerar é o impacto psicológico no animal. A dor crônica e a limitação de movimentos podem levar a alterações comportamentais, como irritabilidade, depressão e agressividade. A incapacidade de participar de atividades normais e interações sociais pode resultar em um declínio na qualidade de vida do animal.


A longo prazo, a falta de tratamento cirúrgico para a ruptura do LCC pode encurtar a expectativa de vida do cão devido à dor crônica e às complicações associadas. Animais com artrite severa podem precisar de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios contínuos, que podem ter efeitos colaterais a longo prazo, como problemas gastrointestinais e renais.


Por fim, a decisão de não realizar a cirurgia deve ser ponderada com cuidado. Embora existam opções de manejo conservador, como fisioterapia e controle de peso, estas geralmente são mais eficazes como complementos ao tratamento cirúrgico, e não como substitutos. A intervenção precoce, seja cirúrgica ou conservadora, é fundamental para minimizar a dor, retardar a progressão da doença articular degenerativa e melhorar a qualidade de vida do cão.


Referências bibliográficas


Vasseur, P. B. (2003). Clinical Results Following Nonoperative Management for Rupture of the Cranial Cruciate Ligament in Dogs. Veterinary Surgery, 12(1), 24-28.

Harasen, G. (2005). Canine Cranial Cruciate Ligament Rupture. Canadian Veterinary Journal, 46(10), 917-922.


Sobre o autor



Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)97522-5102.

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