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Foto do escritorFelipe Garofallo

Raças de cães mais predispostas a artrose

A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma doença articular degenerativa comum em cães, caracterizada pela degeneração da cartilagem articular e pela inflamação das articulações.


Essa condição afeta milhões de cães em todo o mundo, causando dor crônica, rigidez e limitação de movimento. Embora qualquer cão possa desenvolver artrose, algumas raças são particularmente predispostas a essa condição devido a fatores genéticos, conformação corporal e predisposições específicas de raça.

Os cães de raças grandes e gigantes estão entre os mais afetados pela artrose. Raças como o Labrador Retriever, Golden Retriever, Pastor Alemão, Rottweiler e São Bernardo são especialmente suscetíveis. Essas raças frequentemente apresentam uma combinação de fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença, incluindo rápido crescimento durante a fase de filhote, peso corporal elevado e predisposição genética para displasia de quadril e de cotovelo. A displasia de quadril, em particular, é uma condição hereditária comum nessas raças e é um dos principais fatores de risco para a artrose.


Os Labradores Retrievers, por exemplo, são conhecidos por seu rápido crescimento e alta energia. Esse crescimento rápido pode levar a um desenvolvimento inadequado das articulações, tornando-os mais suscetíveis à displasia de quadril. Além disso, seu peso corporal pode sobrecarregar as articulações, acelerando o desgaste da cartilagem articular. Golden Retrievers compartilham muitas dessas características e, portanto, também estão em alto risco.


O Pastor Alemão é outra raça frequentemente associada à artrose. Esses cães são predispostos a uma série de problemas ortopédicos, incluindo displasia de quadril e cotovelo. Além disso, a conformação de suas patas traseiras, que muitas vezes são mais anguladas, pode colocar uma pressão adicional nas articulações. O Rottweiler, com sua constituição muscular robusta, também enfrenta desafios semelhantes, com uma alta incidência de displasia de quadril e cotovelo, ambos fatores que contribuem significativamente para a artrose.


Raças gigantes como o São Bernardo enfrentam desafios adicionais devido ao seu tamanho e peso extremo. Esses cães frequentemente apresentam uma série de problemas articulares desde tenra idade, e a combinação de um peso corporal elevado e um crescimento rápido pode levar ao desenvolvimento precoce de artrose. Além disso, devido ao seu tamanho, esses cães muitas vezes têm uma vida útil mais curta, mas a artrose pode impactar significativamente sua qualidade de vida durante os anos que vivem.


Outras raças, como o Boxer, o Bulldog Inglês e o Dogue Alemão, também são conhecidas por serem propensas a problemas articulares que podem levar à artrose. O Bulldog Inglês, por exemplo, tem uma conformação corporal que coloca uma grande quantidade de estresse nas articulações, especialmente nos cotovelos e quadris. Da mesma forma, o Dogue Alemão, com seu tamanho imenso, enfrenta desafios semelhantes aos do São Bernardo.


Além das raças grandes e gigantes, algumas raças menores também podem ser predispostas à artrose devido a condições específicas de raça. Por exemplo, o Dachshund é conhecido por sua propensão a problemas de coluna, que podem levar a um desgaste prematuro das articulações das patas traseiras. O Shih Tzu e o Lhasa Apso, com suas longas colunas vertebrais e pernas curtas, também podem desenvolver artrose devido ao estresse nas articulações.


É importante notar que, embora a predisposição genética desempenhe um papel significativo no desenvolvimento da artrose, fatores ambientais e de manejo também são cruciais. O controle do peso, a nutrição adequada e a atividade física moderada podem ajudar a minimizar o impacto da artrose em cães predispostos. Diagnóstico precoce e intervenção veterinária são essenciais para manejar a condição de forma eficaz, proporcionando aos cães afetados uma melhor qualidade de vida.


Referências bibliográficas


1. Bennett, D., & Duff, S. (2001). Osteoarthritis in dogs and cats: 1. Diagnosis and pathogenesis. The Journal of Small Animal Practice, 42(10), 536-545.

2. Anderson, A., & McConnell, J. (2002). Degenerative joint disease in the dog. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 32(4), 789-809.


Sobre o autor


Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.

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