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Prevenindo Problemas Ortopédicos: Cuidados Essenciais para Evitar a Displasia Coxofemoral

A displasia coxofemoral é uma das condições ortopédicas mais comuns em cães, especialmente em raças de grande porte. Trata-se de uma má-formação da articulação do quadril, onde a cabeça do fêmur não se encaixa corretamente no acetábulo, resultando em atrito anormal que, ao longo do tempo, provoca dor, inflamação e perda de mobilidade. Embora a genética desempenhe um papel significativo na predisposição à displasia coxofemoral, diversos cuidados podem ser tomados para minimizar os riscos e ajudar a prevenir o desenvolvimento dessa condição debilitante.



Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da displasia coxofemoral é o excesso de peso. O sobrepeso impõe uma carga adicional sobre as articulações, especialmente as dos quadris, acelerando o desgaste da cartilagem articular e agravando quaisquer predisposições anatômicas. Manter o peso corporal adequado é, portanto, uma medida preventiva essencial. Isso pode ser alcançado através de uma dieta equilibrada, controlando a quantidade de calorias ingeridas e optando por rações de alta qualidade, específicas para a idade e porte do cão. Em muitos casos, é recomendável o uso de rações formuladas para apoiar a saúde articular, ricas em ácidos graxos ômega-3, glucosamina e condroitina, que ajudam a preservar a cartilagem e a reduzir a inflamação.


Além da alimentação, a atividade física moderada desempenha um papel crucial na prevenção de problemas ortopédicos. Cães com predisposição genética à displasia coxofemoral se beneficiam de exercícios regulares, mas controlados. Caminhadas diárias em ritmo leve a moderado são recomendadas, evitando superfícies muito duras que possam impactar negativamente as articulações. Exercícios de baixo impacto, como a natação, também são altamente indicados, pois fortalecem a musculatura sem sobrecarregar os quadris. É importante evitar atividades que exijam saltos excessivos ou movimentos bruscos, que podem agravar qualquer problema articular latente.


Outro aspecto fundamental na prevenção da displasia coxofemoral é a atenção ao crescimento do filhote. Durante os primeiros meses de vida, o cão passa por uma fase de rápido desenvolvimento ósseo, e é essencial que esse processo ocorra de maneira equilibrada. Uma alimentação inadequada, rica em calorias ou pobre em nutrientes essenciais, pode levar a um crescimento rápido e desproporcional, o que contribui para a má-formação das articulações. É recomendado consultar um veterinário para garantir que o filhote esteja recebendo a nutrição adequada para seu estágio de vida e para monitorar de perto seu desenvolvimento.


Outro cuidado importante é a escolha de superfícies adequadas para o cão descansar e caminhar. Pisos muito lisos, como cerâmica ou madeira, podem favorecer escorregões, que sobrecarregam os quadris e outras articulações. Proporcionar uma cama ortopédica, que distribua de forma adequada o peso do cão enquanto ele repousa, também pode ajudar a evitar problemas futuros. As superfícies devem ser seguras e antiderrapantes, especialmente para cães de raças grandes e com predisposição genética à displasia.


Ainda no campo preventivo, alguns veterinários recomendam a suplementação com condroprotetores desde a fase de filhote, principalmente em cães de raças predispostas à displasia coxofemoral. Esses suplementos, que contêm ingredientes como glucosamina, condroitina e colágeno, auxiliam na manutenção da integridade da cartilagem articular, proporcionando uma proteção adicional contra o desgaste precoce das articulações.


A prevenção da displasia coxofemoral também envolve visitas regulares ao veterinário, que pode realizar exames clínicos e radiografias periódicas para avaliar o desenvolvimento das articulações e identificar sinais precoces da doença. Quanto mais cedo a displasia for detectada, maiores são as chances de sucesso no tratamento conservador, que inclui fisioterapia, acupuntura, hidroterapia e medicamentos para controle da dor e da inflamação.


Em suma, a displasia coxofemoral pode ser uma condição devastadora para a qualidade de vida do cão, mas com os cuidados preventivos adequados, é possível reduzir significativamente os riscos de desenvolvimento desse problema ortopédico. O manejo correto da alimentação, a manutenção de um peso saudável, o incentivo a exercícios de baixo impacto e o acompanhamento veterinário regular são os pilares para garantir articulações saudáveis e uma vida mais confortável e ativa para o cão.


Referências:

- Fossum, T. W. *Small Animal Surgery Textbook*. Elsevier, 2018.

- Johnston, S. A., & Tobias, K. M. *Veterinary Surgery: Small Animal*. Elsevier, 2017. Sobre o autor


Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.

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