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Lúpus em cães e gatos

Foto do escritor: Felipe GarofalloFelipe Garofallo

Atualizado: 17 de fev.

O lúpus em cães e gatos, também conhecido como lúpus eritematoso sistêmico (LES), é uma doença autoimune crônica e complexa que pode afetar diversos sistemas do organismo, incluindo a pele, as articulações, os rins, o sistema nervoso central e outros órgãos.



Essa condição é causada por uma resposta imunológica anormal na qual o sistema imunológico do animal ataca erroneamente seus próprios tecidos saudáveis, levando à inflamação e à disfunção de múltiplos órgãos e sistemas.


Existem duas formas principais de lúpus que podem afetar cães e gatos: o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e o lúpus eritematoso discoide (LED). O LES é mais comum e afeta várias partes do corpo, enquanto o LED é caracterizado principalmente por lesões cutâneas localizadas, geralmente no focinho, orelhas e região periocular. Ambas as formas da doença podem ser desafiadoras de diagnosticar e tratar devido à sua natureza variada e à sobreposição de sintomas com outras condições médicas.

Os sintomas do lúpus em cães e gatos podem variar amplamente e dependem das partes do corpo afetadas. Alguns dos sintomas mais comuns incluem lesões cutâneas, como úlceras, crostas, perda de pelos, vermelhidão e inflamação; artrite e dor nas articulações; febre; letargia; perda de apetite; aumento da sede e micção frequente; problemas oculares, como uveíte e ceratite; e, em casos mais graves, insuficiência renal, distúrbios neurológicos e anemia hemolítica.

O diagnóstico do lúpus em cães e gatos é baseado em uma combinação de histórico clínico, exame físico, exames laboratoriais e testes de imagem. Os testes laboratoriais comumente incluem hemograma completo, perfil bioquímico, exames de urina, testes de função renal e hepática, e testes específicos para autoanticorpos associados ao lúpus. A biópsia de pele também pode ser realizada em casos de suspeita de LED.

O tratamento do lúpus em cães e gatos é multifacetado e visa controlar a inflamação, minimizar os sintomas e retardar a progressão da doença. Isso geralmente envolve o uso de medicamentos imunossupressores, como corticosteroides, agentes moduladores do sistema imunológico, como a ciclosporina, e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para controle da dor e da inflamação. Em casos de LED, podem ser prescritos tratamentos tópicos, como cremes ou pomadas esteroides, para tratar as lesões cutâneas.

Além da terapia medicamentosa, a gestão dos sintomas e a promoção do bem-estar geral do animal são essenciais. Isso pode incluir cuidados de suporte, como alimentação balanceada, exercícios regulares, controle do estresse, proteção solar para animais com lesões cutâneas sensíveis e monitoramento regular da função renal e hepática.

O prognóstico do lúpus em cães e gatos pode variar dependendo da gravidade da doença, da resposta ao tratamento e de outros fatores individuais. Em alguns casos, o lúpus pode ser controlado com sucesso a longo prazo, permitindo que os animais tenham uma boa qualidade de vida. No entanto, em casos mais graves ou avançados, a doença pode ser progressiva e levar a complicações sérias, como insuficiência renal ou danos irreversíveis a órgãos vitais.

É importante que os tutores de cães e gatos estejam cientes dos sintomas do lúpus e procurem atendimento veterinário imediato se observarem quaisquer sinais de doença em seus animais de estimação. Um diagnóstico precoce e um tratamento adequado são fundamentais para controlar a progressão da doença e melhorar o prognóstico a longo prazo para os animais afetados pelo lúpus.


Referências bibliográficas


Olivry, Thierry & Linder, Keith & Banovic, Frane. (2018). Cutaneous lupus erythematosus in dogs: A comprehensive review. BMC Veterinary Research. 14. 10.1186/s12917-018-1446-8. Sobre o autor



Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)97522-5102.

 
 
 

2 Comments


Suelen Zanona
Suelen Zanona
Nov 10, 2024

Levei meu gato branco em duas clínicas e os vets não souberam dizer o que ele tinha. Fizeram exames de fiv, felv, sarna, tudo negativo. Mas estava muito fraco pra fazer mais exames, com anemia profunda, falta de pêlos, sangue na urina e fezes. Deram uma sentença pra ele, que era muito grave. Então, como jornalista, comecei a estudar doenças em gatos. Por semelhanças em sintomas e comparando imagens constatei que ele tinha uma doença autoimune, provavelmente lupus sistêmico. Iniciei medicação anti-inflamatória em dose segura (predsinolona) e ele viveu por mais 2 anos. Porém algumas vezes piorava e depois melhorava como se nunca estivesse doente. É uma doença muito triste, que ataca por dentro, embora só vemos as feridas por…

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Felipe Garofallo
Felipe Garofallo
Dec 17, 2024
Replying to

Olá! Muito obrigado por compartilhar sua história e experiência.


É admirável o cuidado e a dedicação que você teve com seu gato, especialmente em uma situação tão complexa como uma possível doença autoimune, como o lúpus sistêmico.


Você trouxe pontos muito importantes, como a dificuldade de diagnóstico, a raridade da condição e a fragilidade do animal durante as crises. Agradeço por compartilhar conosco.

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