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Foto do escritorFelipe Garofallo

Fatores ambientais no desenvolvimento da displasia coxofemoral

A displasia coxofemoral é uma condição ortopédica comum em cães que pode ser significativamente influenciada por diversos fatores ambientais, dos quais a nutrição e o exercício físico são particularmente impactantes. Entender como esses fatores afetam o desenvolvimento da displasia é essencial para prevenir e controlar a progressão desta doença.



A nutrição exerce um papel crítico no desenvolvimento da displasia coxofemoral, especialmente durante o período de crescimento dos filhotes.


Uma alimentação balanceada e adequada é fundamental para minimizar os riscos de desenvolvimento dessa condição. Estudos demonstram que uma ingestão nutricional equilibrada, com níveis apropriados de cálcio e fósforo, pode reduzir significativamente a incidência de displasia em cães predispostos geneticamente.


Filhotes, em particular, são extremamente vulneráveis ao desequilíbrio nutricional, pois não possuem um mecanismo eficiente para regular a ingestão exógena de cálcio. Quando há um excesso de cálcio na dieta, ou uma suplementação inadequada de vitamina D, ocorre uma interferência na atividade dos osteoclastos, que são células responsáveis pela remodelação óssea.


Esse desequilíbrio pode retardar a ossificação normal, resultando em articulações malformadas e instáveis, que são uma característica da displasia coxofemoral. Portanto, é crucial que filhotes recebam uma dieta adequada, que evite excessos de suplementação que possam comprometer seu desenvolvimento ósseo.


Além da nutrição, o exercício físico é um fator ambiental de grande importância na saúde das articulações coxofemorais dos cães. A forma e a intensidade das atividades físicas podem influenciar diretamente o desenvolvimento da displasia coxofemoral.


Investigações revelaram que filhotes que frequentemente sobem e descem escadas, especialmente nos primeiros três meses de vida, têm um risco aumentado de desenvolver displasia coxofemoral. Isso ocorre porque o sistema musculoesquelético dos filhotes é particularmente vulnerável ao estresse mecânico durante essa fase de crescimento rápido. O movimento repetitivo de subir e descer escadas pode sobrecarregar as articulações em desenvolvimento, levando a malformações e instabilidade articular.


Por outro lado, atividades físicas moderadas, como caminhadas sem coleira em terrenos macios, podem ser extremamente benéficas para a saúde articular dos cães. Essas atividades ajudam a aumentar a massa muscular e a força nas articulações coxofemorais, proporcionando melhor sustentação e estabilidade.


No entanto, é essencial que o exercício seja moderado tanto em duração quanto em intensidade. Atividades físicas excessivas ou muito intensas podem sobrecarregar as articulações em desenvolvimento, agravando a predisposição à displasia coxofemoral. Portanto, enquanto a atividade física é importante para o desenvolvimento muscular e a saúde geral, deve ser cuidadosamente monitorada para evitar danos potenciais às articulações dos filhotes.


Em conclusão, a gestão adequada dos fatores ambientais, como a nutrição e o exercício físico, é essencial para prevenir ou minimizar o impacto da displasia coxofemoral em cães. Uma dieta equilibrada, sem excessos de cálcio e suplementos desnecessários, juntamente com um regime de exercícios físicos adequados e moderados, pode contribuir significativamente para a saúde das articulações dos cães e reduzir a incidência dessa condição debilitante.


Referências bibliográficas


Schachner, Emma & Lopez, Mandi. (2015). Diagnosis, prevention, and management of canine hip dysplasia: a review. Veterinary Medicine: Research and Reports. 6. 181-192. 10.2147/VMRR.S53266.


Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial ou consultoria on-line por vídeo pelo whatsapp (11)91258-5102.

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