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A importância do diagnóstico precoce da hérnia de disco em cães

O diagnóstico precoce da hérnia de disco em cães é fundamental para garantir um tratamento eficaz e uma melhor qualidade de vida para o animal. A hérnia de disco, também conhecida como doença do disco intervertebral, é uma condição neurológica comum, especialmente em raças predispostas, como o Dachshund, Beagle, e Shih Tzu.

Esta doença ocorre quando o disco intervertebral, que funciona como um amortecedor entre as vértebras da coluna, se desloca ou se rompe, pressionando a medula espinhal e causando dor, inflamação e, em casos mais graves, perda de função motora.


Identificar os sinais iniciais da hérnia de disco é crucial, pois quanto mais cedo a condição for diagnosticada, maiores são as chances de um tratamento bem-sucedido e menos invasivo. Os primeiros sintomas podem incluir relutância em pular ou subir escadas, dificuldade para caminhar, dor ao toque na coluna, e uma postura arqueada. À medida que a doença progride, os sintomas podem se intensificar, levando à perda de coordenação motora (ataxia), paralisia parcial ou total dos membros, e, em casos severos, perda de controle da bexiga e do intestino. Infelizmente, muitos desses sinais podem ser confundidos com outras condições, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais desafiador e essencial.


Quando o diagnóstico é feito nas fases iniciais, o tratamento conservador, como repouso estrito, administração de anti-inflamatórios, e fisioterapia, pode ser suficiente para aliviar os sintomas e prevenir o agravamento da condição. Em muitos casos, um diagnóstico precoce pode evitar a necessidade de cirurgia, que, embora seja eficaz, envolve riscos e um longo período de recuperação. Além disso, o tratamento precoce minimiza a dor e o desconforto para o animal, promovendo uma recuperação mais rápida e uma melhor qualidade de vida.


Em casos onde a cirurgia é necessária, o diagnóstico precoce permite um planejamento cirúrgico mais eficaz, com melhores taxas de sucesso. Procedimentos como a hemilaminectomia, que visa remover a pressão sobre a medula espinhal, têm maior probabilidade de restaurar a função normal do animal quando realizados antes que danos permanentes ocorram. Além disso, o diagnóstico precoce possibilita uma intervenção cirúrgica antes que a condição evolua para um estágio mais grave, onde as chances de recuperação total podem ser significativamente reduzidas.


Outro aspecto crucial do diagnóstico precoce é a capacidade de diferenciar a hérnia de disco de outras condições neurológicas ou ortopédicas que podem apresentar sintomas semelhantes. Exames de imagem, como a radiografia, tomografia computadorizada (TC), e a ressonância magnética (RM), são ferramentas valiosas que auxiliam na confirmação do diagnóstico e na determinação da localização exata e da gravidade da hérnia. A ressonância magnética, em particular, é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico preciso da hérnia de disco, pois oferece uma visualização detalhada da medula espinhal e dos tecidos moles ao redor.


Por fim, o diagnóstico precoce também tem implicações emocionais e financeiras para os tutores. Identificar e tratar a hérnia de disco nos estágios iniciais pode reduzir significativamente os custos associados ao tratamento, evitando procedimentos mais complexos e longos períodos de recuperação. Além disso, os tutores podem evitar o sofrimento de ver seus animais de estimação passando por dor intensa ou limitações físicas severas, promovendo uma relação mais positiva e saudável entre o cão e sua família.


Em resumo, o diagnóstico precoce da hérnia de disco em cães é vital para o sucesso do tratamento e para a prevenção de complicações graves. Ele permite uma abordagem terapêutica menos invasiva, aumenta as chances de recuperação total, e melhora a qualidade de vida dos cães afetados. Portanto, os tutores devem estar atentos aos primeiros sinais de desconforto ou dificuldades de locomoção em seus animais de estimação e procurar assistência veterinária imediata para garantir o melhor prognóstico possível.


Referências bibliográficas


1. Jeffery, N. D., Barker, A. K., Hu, H. Z., Alcott, C. J., & Kraus, K. H. (2013). Differentiating Acute Intervertebral Disc Extrusion from Acute Noncompressive Nucleus Pulposus Extrusion in Dogs. *Journal of Veterinary Internal Medicine*, 27(6), 1371-1376.


2. Brisson, B. A. (2010). Intervertebral Disc Disease in Dogs. *Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice*, 40(5), 829-858.


Sobre o autor


Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.

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